quinta-feira, 7 de julho de 2011

Sobre a necessidade de pertencer


De acordo com a Hierarquia de Necessidades de Maslow, psicólogo e estudioso americano, a necessidade de pertencimento ocupa o terceiro degrau da pirâmide de satisfação pessoal. “… necessidades sociais ou de amor, afeto, afeição e sentimentos tais como os de pertencer a um grupo ou fazer parte de um clube”.

Certo, isso acontece naturalmente com todo ser humano. Nascemos e, automaticamente, começamos a fazer parte de grupos ( família, bairro, escola), e com o crescimento a tendência é pertencer a muitos outros, já que vivemos em uma sociedade com inúmeros e diversificados tipos de “agrupamentos”. Normal, sim? O que não é normal é ver milhares desses “grupos” sendo multiplicados, alastrados, deturpados e virando moda, arrastando para dentro deles pessoas que, mesmo não tendo as mesmas características das outras do grupo, sentem a necessidade de pertencer a ele, por pura vaidade. Na adolescência esse desejo de pertencer, de se sentir aceito, é mais aguçado, seres imaturos e com o juízo ainda não ajustado tendem a formar grupos com o objetivo de se tornarem diferentes, mesmo que acabem se tornando todos iguais.

Atualmente, a sociedade decidiu que ser NERD é legal, cool, joinha… Existem comunidades, séries de tv, filmes, lojas e todo um mercado e mundo direcionados a esse grupo que, há pouco tempo atrás, era visto como retardado – pelo menos era assim que eu me sentia quando era taxada de “CDF” na escola. (CDF é o novo!) Gostar de estudar não era visto como uma atitude normal, não era legal. Mas hoje? Hoje as pessoas continuam sem gostar de estudar, sem sentir necessidade de aquisição de conhecimento, mas elas possuem o poder de ser e pertencer ao grupo que quiserem, pois essas pessoas estão munidas de tecnologia, com seus ipods, ipads, tablets, smartphones e tudo mais que o mercado tecnológico ordenar. E aí, meus caros, vemos o mundo se autorotular de NERD/GEEK/HOLYSHIT, porque “Smart is the new sexy” e não importa “Who’s your daddy”. O problema é que a maioria dessas pessoas nem mesmo sabem usar a tecnologia que adquirem. Diferente, claro, do verdadeiro NERD que compra um aparelho desses não porque acha bonito ou descolado, mas porque sentem a necessidade de conhecimento acerca do novo produto lançado no mercado (qual a tecnologia usada? o que há de novo? quais os programas?). Enfim, tenho certeza que os verdadeiros Nerd’s nem mesmo se rotulam como tal.

Vocês conseguem entender o que eu quero dizer? Às vezes sinto raiva da pequenez latente no mundo, as pessoas não se dão conta do quão idiotas conseguem ser por querer se encaixar em um grupo, em um rótulo, dos quais elas não possuem nem a cara. Duvidam? Visitem algumas dezenas de perfis no twitter e me digam a percentagem de idiotas que se autonomeiam “nerd, geek, gamers, cinéfilos, whatever”. Muitos, não? Pois é. Será que essas pessoas sabem ao menos o significado desses rótulos? Uma vez ouvi uma criatura dizer que era “cinéfilo” porque adorava ir ao cinema. O outro passa o dia jogando nintendo e se diz Nerd. Alô, gente?! Alô-ou! Você que passa o dia fantasiado de Sub-zero, você não é nerd, seu noob! Hello, world?! Vamos cair na real e tornarmo-nos simplesmente humanos? Me parece uma opção bem mais fácil pra cabecinha tosca de vocês!
 
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Escrito por Juliana Ponte

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