É público, notório e insatisfatório que a educação, ou a falta dela, representa um dos piores males do Brasil. Ocupamos o 88° lugar no ranking mundial de educação elaborado pela Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco). Em 2007, ocupávamos a 76ª posição, perdendo 12 posições até o ano de 2010 e ficando atrás de países como Colômbia, Bolívia e Paraguai.
Ora, o que esperar de um país que não valoriza, não investe e não cuida da boa formação dos responsáveis diretos pela disseminação da educação: os professores? A quantidade de educadores que são formados e jogados nas escolas sem o mínimo de preparo é tão grande quanto o absurdo de alunos que chegam ao ensino médio sem saber escrever uma redação ou interpretar um texto simples. Professores não tem capacitação adequada, não há uma diretriz clara entre o que está sendo formado e aquilo que realmente deve ser ensinado na sala de aula. Educar vai muito mais além que jogar o conteúdo para o aluno. Saber educar é saber preparar, é formar parceria para troca de conhecimento, ética, respeito e valorização do saber. Quando não se tem um profissional capacitado para tal tarefa o resultado não pode ser diferente. Professores despreparados = Alunos inaptos = Educação fudida.
A falta de interesse do aluno é um dos fatores que influenciam diretamente na desvalorização do professor. A maioria dos jovens de hoje não se preocupam com sua formação, portanto, o conhecimento que o professor possui não os interessam mais e tem pouco valor no mundinho deles, onde ser, precocemente, pai/mãe de família é a forma mais fácil de se chegar à fase adulta e conseguir um emprego com salário mínimo já é suficiente para seu sustento. Qual a importância que a escola/professor/universidade/educação tem na vida dessas pessoas? Para nossos jovens, não passa de obrigação. Ir à escola, adquirir conhecimento é uma quase um “Oh, não, tenho que aturar isso”.
Eu, não vou mentir, já senti uma enorme vontade de ensinar, mas quando paro para pensar em todo tipo de mazela, descaso e desvalorização pelas quais a classe de profissionais da educação passa, desisto na mesma hora. É vergonhosa a atual situação dos nossos professores. Triste, digna de pena. E não é exagero, é fato. Hoje em dia, ser professor exige muito mais que conhecimento e boa vontade de repassar conteúdo e boas ideias. Ser professor é ter coragem para ser motivo de chacota. Ser professor é estar preparado para ser chamado de “vagabundo” quando resolver fazer greve por algum tipo de melhoria nas condições de trabalho e no salário vergonhoso que recebem. Ser professor é ter que aturar um bando de aluno desinteressado, um sistema que te explora e uma sociedade que ignora a sua importância.
15 de outubro, dia do professor, aquele profissional que, antigamente, era visto como ícone, mestre, responsável pela formação do futuro do país, um profissional que possuía toda uma valorização e alto status social e hoje não passa de fantoche nas mãos dos atuais governos. “Quem gosta de estudar não é admirado no Brasil” , avalie quem ensina. Comemorar o que, então? Os coitados não devem ganhar mais nem maçã de seus alunos, quiçá reconhecimento.______________________________________________________________
PS:Texto originalmente postado por Juliana no blog ReEvolução.net
PS:Texto originalmente postado por Juliana no blog ReEvolução.net
Nenhum comentário:
Postar um comentário